Sub species aeternitatis (com Demétrio Cherobini)
I
Sou inteira, poeira estelar
mesmo estes pés, com que me aproximo,
estes olhos de sal com que te miro
hão de deixar-nos
Eu, amante do infinito,
já não creio no que não perdura
e renuncio, erma, a este olhar noturno com que me tentas
à tua pele, ao teu pelo âmbar
e sua transitoriedade
Quero de ti o que há de ficar:
a aura macia com que acolhes meu ser
a palavra com que me acaricias
o segredo da nossa comunhão
Quero de ti a lembrança do perfeito
a negação do tédio
a reinvenção do amor
Aceita de mim este pequeno gesto:
um afago na forma de poesia
com ele meus lábios,
meus gestos,
meus restos,
aceita essa carne, esse corpo, esse instante
celebremos juntos a estrela breve de nossas vidas!
II
Sim, renunciemos ao breve
ao mesmo tempo em que celebramos o breve:
gesto, jeito, gosto, resto, rosto,
o que é manifesto e o que está posto,
o que, em si mesmo, é leve
e se vai com o vento,
o que vive apenas um momento...
Celebremos corretamente
pois um banquete é mais
que a soma dos seus ingredientes
O que parado jaz
façamos com que se movimente
para que as paralelas ideais
possam tocar-se lá (ali) na frente...
É assim aos olhos do eterno:
o que é bruto se torna terno;
o que é feio se faz bonito;
o que é breve prova-se infinito...
E eu, amente do infinito, poeira estelar,
no que não dura, não creio.
Eu vejo o fim, ao ver o meio;
ao ver a gota, eu vejo o mar.
Coloco cada parte em ação:
mente, corpo, carne, coração...
e do que era um indecifrável modo
emerge um organizado todo.
....e para amar o todo em cada parte
será precisa algo mais que arte?
Sou inteira, poeira estelar
mesmo estes pés, com que me aproximo,
estes olhos de sal com que te miro
hão de deixar-nos
Eu, amante do infinito,
já não creio no que não perdura
e renuncio, erma, a este olhar noturno com que me tentas
à tua pele, ao teu pelo âmbar
e sua transitoriedade
Quero de ti o que há de ficar:
a aura macia com que acolhes meu ser
a palavra com que me acaricias
o segredo da nossa comunhão
Quero de ti a lembrança do perfeito
a negação do tédio
a reinvenção do amor
Aceita de mim este pequeno gesto:
um afago na forma de poesia
com ele meus lábios,
meus gestos,
meus restos,
aceita essa carne, esse corpo, esse instante
celebremos juntos a estrela breve de nossas vidas!
II
Sim, renunciemos ao breve
ao mesmo tempo em que celebramos o breve:
gesto, jeito, gosto, resto, rosto,
o que é manifesto e o que está posto,
o que, em si mesmo, é leve
e se vai com o vento,
o que vive apenas um momento...
Celebremos corretamente
pois um banquete é mais
que a soma dos seus ingredientes
O que parado jaz
façamos com que se movimente
para que as paralelas ideais
possam tocar-se lá (ali) na frente...
É assim aos olhos do eterno:
o que é bruto se torna terno;
o que é feio se faz bonito;
o que é breve prova-se infinito...
E eu, amente do infinito, poeira estelar,
no que não dura, não creio.
Eu vejo o fim, ao ver o meio;
ao ver a gota, eu vejo o mar.
Coloco cada parte em ação:
mente, corpo, carne, coração...
e do que era um indecifrável modo
emerge um organizado todo.
....e para amar o todo em cada parte
será precisa algo mais que arte?
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